MANIFESTO CONTRA A ALIANÇA COM O PDT, POR CANDIDATURA PRÓPRIA DO PT.

A marcha dos Sem Terra a Brasilia, no dia 17 de abril, as ocupacoes de terra que continuam, as greves dos PMs, as greves dos profissionais de educacao em varios estados, as paralizacoes de funcionarios publicos mostram que os trabalhadores estao lutando contra as mazelas de tres anos de Plano Real, contra a fome, o desemprego, o sucateamento dos servicos publicos e o arrocho salarial.

Esse e o quadro das proximas eleicoes. Cabe perguntar a servico de qual objetivo devem estar as candidaturas do nosso partido. No manifesto do PT de 10 de fevereiro de 1980, diziamos (...) "O PT quer atuar nao apenas no momento das eleicoes, mas principalmente, no dia-a-dia de todos os trabalhadores.(...) Nesse sentido, proclama que sua participacao nas eleicoes e suas atividades parlamentares se subordinarao ao objetivo de organizar as massas exploradas e suas lutas".

A politica de aliancas expressa na carta do Rio de Janeiro, votada no 11º Encontro Nacional do PT, diz: "(...) Para ganhar e governar, transformando o Brasil, e necessario que essa politica nacional comande o complexo jogo de forcas e pretensoes locais ou regionais, sem o que a fragmentacao e consequente enfraquecimento da Frente, serao inevitaveis". Tal politica transforma, de fato, os trabalhadores e a populacao do nosso Estado em moeda de troca, que visa a somar votos nas eleicoes, e afasta nosso partido do objetivo de organizar as massas exploradas e suas lutas.

O PDT de Brizola ja governou o nosso Estado. Destruiu a educacao, sucateou a saude e varias empresas publicas, como BANERJ, Metro e CERJ, abrindo caminho para as privatizacoes. Garantiu o aparato policial para o sucesso da privatizacao da USIMINAS, propos prorrogar por dois anos o mandato do General Figueiredo, defendeu 5 anos para Sarney e, como se nao bastasse, ainda ousou defender a continuidade do mandato de Collor.

Quando o PDT governou o Estado do Rio de Janeiro, o que vimos foram os ataques as organizacoes dos trabalhadores, a desarticulacao dos movimentos populares, comunitarios e de favelas, o arrocho salarial do funcionalismo e a opcao por aliancas com setores conservadores e reacionarios. Fica a pergunta. Qual e a validade de uma alianca com tais setores para um projeto que o PT representa?

Para quem queremos governar? A servico de quem devem estar nossas candidaturas? Com qual programa devemos disputar as eleicoes? Acreditamos ser necessaria uma resposta contundente a tais indagacoes.

Exemplos recentes, como o tratamento dado aos profissionais da Educacao em Niteroi e Sao Goncalo nas ultimas greves, demonstram que devemos recusar qualquer alianca eleitoral no Estado do Rio de Janeiro com o PDT, tanto para governador quanto para as candidaturas proporcionais.

A esquerda petista precisa construir uma candidatura que reagrupe todos aqueles que lutam contra a descaracterizacao do PT. Por isso, a definicao imediata de um nome que empolgue a militancia, tal como Vladimir Palmeira, Chico Alencar ou Milton Temer, torna-se fundamental para o enfrentamento ao projeto neoliberal de FHC que se expressa aqui no Rio de Janeiro, nas candidaturas Casar Maia e Marcello Alencar e no combate a heranca populista.

Precisamos resgatar a historia de luta do nosso partido, reassumindo o compromisso com a organizacao dos trabalhadores e dispostos a construir uma alternativa de esquerda, apoiada num programa socialista.